Outubro


Os aldeões se ocupam em lavrar e semear a terra à sombra do Louvre — o palácio real de Charles V em Paris.

É um luminoso dia de sol e as figuras do primeiro plano — pela primeira vez desde a antigüidade clássica — projetam sombras bem visíveis no solo, apresentando um novo sentido da luz, como fator independente separado da forma e da cor. De novo nos sentimos maravilhados pela riqueza de pormenores realísticos, como o espantalho, a meia distância, ou as pegadas do semeador na terra acabada de lavrar. Este camponês é notável também por outras razões: o vestuário andrajoso, o semblante tristonho, vão além de qualquer descrição. É uma figura patética, concebida para nos dar a conhecer a mísera condição do trabalhador rural, em contraste com a fortuna da alta nobreza, simbolizada pelo esplêndido castelo na outra margem do rio. (H. W. Janson)

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